Mestres da Pintura em
países de língua alemã
Fim do século XIX
Gustav Klimt (1862-1918) - Pintor austríaco cujos quadros se caracterizam pela configuração essencialmente simbólica (tematizando vida, amor e morte), de efeito refinado, elegante, e muito decorativo. Merece destaque a maestria com que alia o realismo do retrato humano ao elemento geométrico, que confluem um para o outro sem limites intrínsecos entre o animado e o inanimado. Seus quadros destacam-se ainda pela exploração do brilho e luminosidade do dourado, empregado com profusão, o que não impede que muitos quadros sejam compostos de cores fortes e escuras criando uma atmosfera sombria e até tenebrosa. Essa dicotomia aponta para o espírito que regeu a virada de século, marcado pelo ambiente de luxo e sensualidade mas também por um sentimento de pessimismo, desilusão, decadência. Daí também a constância com que Klimt retoma constelações emparelhando amor e morte (dois tópicos concentrados na imagem da femme fatale), nascimento/gravidez e velhice, frescor juvenil e decrepitude asquerosa. Quer retome personagens da mitologia greco-romana e da Bíblia, quer pinte senhoras da sociedade vienense da época, sejam elas ruivas em posições francamente eróticas ou morenas com expressão e atitude ameaçadoras, Klimt sempre cria imagens femininas de grande impacto visual e emocional.
Fábula - 1883
Sala do antigo Burgtheater - 1888
Nuda Veritas - 1899
Peixe dourado - 1901
Serpentes marinhas I (Wasserschlangen I) - 1904/07
Satisfação - 1905
Jardim com girassóis - 1905
Danae - Coleção particular, Graz - 1907
Adele Bloch-Bauer I - Österreichische Galerie, Viena - 1907
O beijo (Der Kuß) - Österreichische Galerie, Viena - 1907/8
Judite I - Osterreichische Galerie, Viena - 1901
Judite II - Ca'Rezzonico, Veneza - 1909
[Compare-se esses dois quadros com a Judite e Holofernes de outro pintor, o italiano barroco Caravaggio (1573-1610). Enquanto este último enfatiza a decapitação de Holofernes e mostra o horror e aversão de Judite (cf. Velho Testamento); Klimt imprime sensualidade e prazer no rosto de Judite, uma expressão tanto mais diabólica pelo fato de, nos dois quadros, aparecer apenas a cabeça de Holofernes no canto inferior direito. Outras pinturas com o mesmo tema: Judith (Hans Baldung-Grien) e Judith (Jan Sanders Hemessen)]